Percorremos exaustivos 1.800 km de carro, saindo de Girona (Espanha) e chegando até Nice, na Côte d’Azur. Depois dessa experiência, sobrevivemos para relatar como funciona o aluguel de carro na França e outros detalhes importantes para quem pretende percorrer o país sobre quatro rodas.
Afinal, como são as estradas? Quanto custam os pedágios? Como funcionam os parquímetros? A gasolina é muito cara?
Fica comigo que eu vou responder cada uma dessas perguntas abaixo. 😉
Aluguel de carro na França
Nós alugamos nosso carro em Girona e, de lá, fomos para a França. Mas, caso você pretenda alugar carro já em território francês, os requisitos são basicamente os mesmos:
- Carteira de motorista brasileira
- Passaporte válido
- Cartão de crédito no nome do motorista
- Permissão Internacional para Dirigir (opcional, mas nem tanto)
A princípio, a PID não é obrigatória para dirigir na França porque, assim como o Brasil, o país é signatário da Convenção de Viena. Para não me alongar, vou deixar o site do DENATRAN explicar melhor essa questão.
Apesar disso, eu sinceramente não viajaria sem a permissão internacional, porque os casos de locadoras que exigem a apresentação do documento não caberiam aqui. Na minha opinião, não vale correr o risco.
Quanto custa alugar carro na França?
Pagamos € 245 pelo aluguel durante 15 dias – isso dá uns R$ 1.115. Dependendo da época do ano, da cidade e da antecedência da retirada, é possível encontrar aluguéis mais econômicos ou mais caros (gastamos praticamente metade disso indo para Portugal de carro durante a baixa temporada, por exemplo).
Outro ponto a levar em consideração é caso sua viagem envolva a saída do país, como ocorreu conosco. As locadoras costumam cobrar uma taxa única de saída, portanto, é importante avisar caso vá cruzar alguma fronteira. A Sixt de Girona nos cobrou € 16 (R$ 73) – esse valor é pago apenas uma vez.
Por último, sempre é importante considerar os custos do seguro, que variam bastante de acordo com a modalidade contratada e a locadora escolhida. Pode encarecer o aluguel, mas também alivia o risco de ter que pagar a franquia do carro em caso de acidentes – ela costuma passar dos € 1.000 (R$ 4.500).
A grande vantagem de dispor de um carro é ter acesso a cidades menores e não tão turísticas, que você dificilmente conheceria de outra maneira.
Recomendo pesquisar preços de aluguel de carro na França ou em outros países através da RentalCars. A empresa é do mesmo grupo de Booking e funciona como um comparador entre diversas locadoras, apresentando sempre os melhores preços. Você pode buscar na caixinha abaixo (e, sim, eles são parceiros do blog! ♥).
França de carro
Todas as estradas pelas quais passamos eram muito bem conservadas e sem buracos. A velocidade máxima chaga a 130 km/h em diversos pontos e baixa para 110 km/h em dias de chuva. Parece muito, mas mesmo eu que não sou fã das altas velocidades me rendi à qualidade da rodovia.
Aqui, cabe lembrar que nossa viagem foi pela região da Provence-Alpes-Côte d’Azur, uma área bastante turística. Por isso, quando falamos sobre estradas, a qualidade delas pode variar em outras partes do país.
Acontece que, ao contrário do que se esperaria, as paisagens não chegam a ser um grande atrativo no roteiro. Ou seja, não adianta viajar para Provence pensando que cada quilômetro vai ser recheado por um cenário de cinema, porque a coisa não é bem assim…
Para quem sonha com rotas idílicas, a dica é conferir os trajetos indicados pelo escritório de turismo da Provence-Alpes-Côte d’Azur.
Fora isso, prepara o coração, porque as rótulas são bastante comuns na França, tanto na cidade quanto nas estradas. Depois de alguns dias de viagem, nós até cansamos de ouvir a voz do Google nos mandando “pegar a segunda saída à esquerda na rotatória”.
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Pedágios na França
Há dois tipos de pedágios na França: os com preço fixo e os que são pagos conforme a distância percorrida. Em geral, aqueles de preço fixo são mais baratos e não costumam passar muito de € 2 (R$ 9,10).
Em compensação, os outros irão variar conforme o seu percurso. Saindo da Espanha e chegando em Avignon, por exemplo, pagamos um único pedágio no valor de € 23,80 (R$ 110). Foi o mais caro de toda viagem, enquanto o mais econômico custou apenas € 1,40 (R$ 6,40).
Estes pedágios variáveis funcionam de acordo com a distância, assim como ocorre em muitas regiões da Espanha e da Itália, por exemplo. O mais comum é que exista uma parada para retirada dos tickets de pedágio ao entrar na estrada e uma segunda parada para o pagamento próximo à entrada das cidades.
Nesta última, basta inserir o ticket e o valor do pedágio é calculado automaticamente. As máquinas aceitam pagamentos em dinheiro ou cartão. Se ficar confuso, geralmente há um botão vermelho em que é possível apertar para pedir ajuda (o único problema será desenrolar no francês).
Nós tivemos que nos render a esse recurso porque o cartão de nossos companheiros de viagem foi comido por uma das máquinas e juro que não recomendo a experiência. Depois de uma meia hora atravancando a fila do pedágio, conseguimos resolver o perrengue e seguimos viagem.
Gastos totais com pedágios: € 111,50 – mais ou menos R$ 510
Isso inclui todos os nossos deslocamentos, desde a saída de Girona até a chegada em Nice e os muitos bate-voltas que fizemos no caminho. Em breve vai ter um roteiro completo aqui, aguardem!
Para estimar os custos do pedágio e gasolina durante a sua viagem pela França de carro, sugiro usar o Via Michelin.
Preço da gasolina
Uma das coisas mais interessantes das estradas europeias é exercitar a autonomia na hora de abastecer. Salvo algumas raras exceções, os postos funcionam no esquema self-service. Cada cliente abastece o próprio carro, paga e se vira.
É imprescindível ficar atento ao tipo de combustível usado pelo veículo. Ele normalmente vem indicado no contrato de locação e também pode ser mostrado na portinha do tanque de combustível.
Abastecer é simples: abra o tanque, escolha a bomba referente ao tipo de combustível usado e, com o bocal inserido no carro, aperte o gatilho. É intuitivo mesmo. Quando a mangueira começar a fazer alguns solavancos, é sinal de tanque cheio. Pode parar de acionar a bomba, fechar bem a portinha e pagar, indicando a bomba usada.
A maioria dos postos possui uma loja de conveniência onde é feito o pagamento – e você pode pedir socorro para o pessoal da loja numa boa. Em alguns casos, o pagamento é automático, feito na própria bomba, antes mesmo de abastecer e daí é se virar nos 30 mesmo. Em outros, ele é feito na loja antes de abastecer também: você indica um valor e a quantia é liberada na bomba.
A gasolina costuma ser mais barata em cidades maiores (mesmo as turísticas, como Cannes) e pode sair bem cara em locais afastados que vivem exclusivamente do turismo, conforme comprovamos pagando €1,67 (R$ 7,60) no litro da gasolina para abastecer em Les Baux-de-Provence.
Outra dica é ficar bem atento às diferenças entre os postos, pois em uma mesma quadra ela pode ser enorme. Em Montpellier, encontramos dois postos quase vizinhos, com preços totalmente diferentes. No primeiro, a gasolina custava € 1,55 (R$ 7,05). No segundo, ela saia por € 1,43 (R$ 6,50).
O combustível mais barato que encontramos foi por €1,40/litro (R$ 6,40) em Six-Fours-les-Plages. Em geral, o combustível na Espanha é mais econômico do que na França, mas os franceses também podem se gabar de cobrar preços mais baixos do que os vizinhos italianos. Para se programar, a Cargopedia oferece uma estimativa dos valores dos combustíveis em diversos países da Europa.
Gastos totais com gasolina: € 162,44 (R$ 740)
Parquímetros e estacionamentos
Há parquímetros espalhados por toda a França. Alguns deles são bastante intuitivos: basta jogar as moedinhas e apertar um botão, semelhante ao que acontece no Brasil.
Em compensação, há aqueles que renderiam um verdadeiro tratado de filosofia. Felizmente, é comum poder escolher a língua em que as instruções de pagamento aparecerão na tela. Mesmo em cidades menores e não tão turísticas, como Six-Fours-les-Plages, os parquímetros possuem um símbolo de bandeirinha onde é possível clicar para escolher outros idiomas.
Em alguns casos, você terá que inserir a placa do carro e depois realizar o pagamento do valor correspondente ao tempo em que ficará estacionado. Alguns locais possuem limite de horas, outros não. Fique atento a essas questões ao escolher onde estacionar.
É bom notar ainda que os preços dos parquímetros variam MUITO. Para se ter uma ideia, já pagamos de € 3 a € 9 (R$ 13,60 a R$ 41) para estacionar durante um período equivalente a 4 horas.
Também é comum encontrar boas opções de estacionamentos nas cidades. Elas costumam ser bem sinalizadas, com placas mostrando o local em que o estacionamento está localizado e a quantidade de vagas livres.
A variação dos preços surpreende novamente. Prepare-se para pagar qualquer coisa entre € 4 e € 20 (R$ 18 a R$ 91) e seja feliz! 🙂
Nota: Os valores apresentados são referentes ao mês de setembro de 2019 e o câmbio foi estimado na data da publicação do post. Ambos podem sofrer alterações a qualquer momento.
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