Ícone do site Quase Nômade

Necessaire de viagem: o que colocar no kit higiene natural (com checklist)

Quem tá acompanhando nosso Instagram (segue lá?) já viu que engatamos uma série de posts para celebrar o Plastic Free July (ou “Julho sem Plástico”). Tudo partiu de uma reflexão sobre a qual eu falo no primeiro post da nossa série sobre viagem lixo zero. Se você se interessa pelo assunto, não deixa de conferir pelamordadeusa!

Então, depois de compartilhar dicas de como produzir menos lixo em uma viagem de avião, eu  resolvi publicar um tantão de posts que estavam nos rascunhos e fui deixando a série meio escanteada aqui, sempre prometendo para mim mesma que ela voltaria com tudo. E lá veio o Julho sem Plástico para me tirar da inércia e me ~obrigar~ a falar sobre o assunto por aqui. Que bom!

Nesse terceiro post da série, decidi compartilhar dicas de itens para incluir na necessaire para uma viagem mais sustentável. Assim, ninguém fica dependente daquelas miniaturas que os hotéis oferecem e que geram TONELADAS de lixo.  Vem comigo. 🙂

Necessaire de viagem lixo zero

Usar cosméticos em barra ou em outras versões sólidas ajuda na hora de passar pela segurança do aeroporto, não vaza na mala e facilita sua vida de modo geral. Por isso, se tornaram minha principal escolha para viagens.

A Lush tem uma versão em barra ou sólida de praticamente tudo que você imaginar: xampú, condicionador, hidratante, desodorante, pastilhas para escovar os dentes, etc. Mas a marca nem existe mais no Brasil e tem opções muito mais bacanas pra testar por aqui, como vocês vão conhecer neste post que tô fazendo com muito amor.

Banho sem lixo na viagem

Economize espaço na mala, embalagens e tempo na fila da imigração levando um sabonete convencional, em barra.

Nada daqueles sabonetes líquidos que ocupam um espaço enorme na bagagem, duram três dias, custam o triplo e ainda precisam ser levados em embalagens de até 100 ml só para você passar perrengue. Tem dica mais simples do que essa?

Eu compro o meu na feirinha aqui de Porto Alegre e aposto que na da sua cidade tem também!

Xampú e condicionador em barra

Não faz cara feia ainda não!

Meu primeiro contato com o movimento zero waste foi justamente através de um xampú em barra, então desde sempre eu venho recomendando o item que conquistou um lugarzinho neste coração quase nômade. ♥

Tem MUITAS marcas espalhadas pelo mundo e a mais conhecida é a da Lush, só que aí tem que comprar nas gringas, né? Estou testando um agora que o meu cabeleireiro fez e já comprei outro na feira (paguei entre R$ 10 e R$ 15). Nunca consegui comprar os da Fefa Pimenta (as edições são meio limitadas e não vende aqui), mas ainda vou testar um deles, porque a moça tá sempre sendo indicada como a verdadeira rainha do xampú sólido.

Além de ser mais natural e, em alguns casos, vir sem embalagem, o xampú sólido evita a função de ter que mostrar o saquinho com líquidos no aeroporto – se bem que existem outros meios de transporte mais sustentáveis que o avião, né?

Fora isso, uma barra dura eternamente (dependendo da marca, dura entre 2 e 6 meses para mim). Passei um tempo sem usar, mas voltei agora e é sempre minha opção para viagens, por conta da praticidade.

Também existem condicionadores sólidos, mas não sei indicar, por motivos de: não uso.

Só uso condicionador na praia (raro ir) e ainda tenho um pote de um cheio de química que vai durar até 2030 (agora tem também um que a Talita do Me Deixa Ser Turista deixou aqui em casa quando veio passar uns dias em POA). Nesses casos, o melhor é usar o que a gente já tem até o final: eu corto a embalagem para tirar as últimas gotinhas sem dó.

Dica extra

Para levar na viagem xampús e condicionadores convencionais, use um potinho em miniatura que você já tenha em casa ou peça emprestado para alguém. Também é possível encontrar essas embalagens à venda em farmácias ou supermercados. Ganha pontos bônus se você conferir essas 13 dicas básicas de turismo sustentável para aplicar em qualquer destino.

Desodorante

Meu preferido para viagem é a pedrinha de alúmen de potássio. Tem que dar uma molhadinha e passar na axila antes de usar. A princípio é meio estranho, mas logo se acostuma com o ritual. Não sou dessas moças naturalmente cheirosas, mas aqui sempre segurou bem as pontas – melhor ou igual aos desodorantes de aerossol que eu usava antes.

Para mim, ele é maravilhoso, não deixa cheiro e é baratinho: custa uns R$ 25 e o meu primeiro durou meses.

Em casa, eu prefiro a receitinha que adaptei do Uma Vida Sem Lixo. Faço com três medidas de óleo de coco, duas de amido de milho e uma de bicarbonato de sódio. Misturo tudo em banho maria e já coloco em um potinho de vidro reaproveitado de papinha de bebê. Segura o cheiro que é uma beleza!

Também já testei a receita caseira da Bela Gil, mas o resultado não foi legal – eu conto todas essas experiências em uma matéria que fiz para o Hypeness.

Hidratação

Em primeiro lugar, pense se você não sobrevive alguns dias sem hidratante.

Eu só uso em lugares muito frios (no rosto) ou muito quentes (no corpo todo, umas 2 a 3 vezes por semana). Ainda não fiz a transição natureba nesse quesito pelo mesmo motivo do condicionador: um pote de hidratante dura uma vida para mim. Quando acabarem os que tenho (se é que um dia essas coisas acabam mesmo), aí sim vou testar umas novas opções.

Enquanto esse dia não chega, encho alguma das embalagens em miniaturas que eu já tinha em casa com o meu próprio hidratante e levo na mala para não ocupar tanto espaço.

Update: eles acabaram e tenho usado óleo de coco mesmo, mas achei o efeito mais suave.

Por coincidência, a Tiê aromatelier publicou uma foto com a hashtag #viajarsemlixo no Instagram esses dias dando algumas dicas de coisas para levar na mala para uma viagem mais sustentável. Entre elas estava a indicação de usar o próprio condicionador em barra como hidratante durante a viagem – assim rola uma economia de embalagem & de espaço na mala. Amei a ideia!

Higiene bucal

Aqui não tem muito como escapar. Você provavelmente precisará encarar uma pasta de dente convencional.

Fiquei com trauma de pasta natural depois que comprei uma de argila no México e odiei! Ela tava até recentemente ocupando espaço no meu armário do banheiro – mas, como contei aqui, fiz uma limpa esse mês e tirei tudo que já não me servia, incluindo MUITAS miniaturas de hotéis ou companhias aéreas que eu costumava pegar antes.

Para fugir dos líquidos, dá para apostar também nos “pós dentais”, mas nunca vi para vender aqui no Brasil. A Bea Johnson diz que usa bicarbonato de sódio com stevia para limpar os dentes. Aparentemente, dá certo, mas eu acho bastante controverso esse tema e vou fazer a Glória Pires.

Escova e fio dental

A escova eu sugiro fortemente usar a de bambu, que é compostável e não agride (tanto) o meio ambiente quanto as convencionais. Como a escova de dentes normal mistura vários tipos de materiais, a reciclagem dela se torna um trabalho difícil e caro.

O resultado? Elas acabam não sendo recicladas, é óbvio. Por isso, a de bambu é tão bacana – nos primeiros dias a sensação na boca é meio engraçada, mas logo passa.

O problema é que a escova de bambu é mais cara. Em Porto Alegre custa R$ 18 na Banana Verde, na Europa eu costumo pagar entre € 4 e € 5. Então, se não der para investir, procure uma escova de dentes normal que tenha todo o corpo feito com apenas um material, o que (em tese) facilita a reciclagem e aumenta as chances de que ela seja, de fato, reciclada. A Johnson’s tem uma “escova eco” que sai por menos de R$ 3 nas farmácias e é uma alternativa viável para quem precisa conter despesas.

Sobre fio dental, ainda não achei nenhuma alternativa sem plástico no Brasil. A Sanifill permite trocar apenas o refil e reutilizar a embalagem e acho que há outras marcas que também fazem isso. No exterior, há vários tipos de fio dental sem plástico, como esse da Dental Lace (só não rola para veganos, porque é feito de seda).

Menstruação

Se você chegou até aqui, então já deve saber que os absorventes descartáveis são o lixo dos lixos: nem compostáveis, nem recicláveis, nem nada. Fora que eles abafam a região da ppk e podem ajudar a proliferar doenças.

Mas eu apresento a vocês a maneira econômica, ecológica e maravilhosa de resolver isso: um coletor menstrual. ♥

Coletor menstrual

Foi uma das minhas primeiras trocas e eu amo tanto que nem lembro mais como era viver usando absorvente descartável. A última vez que usei um foi no Pocando no Espírito Santo quando minha menstruação deu as caras em plena viagem e eu estava desprevenida (tive que fazer o povo ir atrás de absorvente para mim, hsuahsu). 🙈

Depois dessa aprendi e, como sou a rainha de ficar menstruada em viagem, levo sempre o coletor na mala.

Se o seu fluxo for normal, dá para trocar de oito em oito ou de doze em doze horas. Rola pegar praia, piscina e caminhar para cima e para baixo sem desconforto. Compra uma vez e dura uns cinco anos se higienizar direitinho. Não tem erro. Na Terráquea tem um copinho esterilizador que dobra e parece ótimo para levar em viagens (eu uso uma caneca normal mesmo).

Atenção: Quem usa o coletor deve levar sempre consigo uma carteirinha de alerta, ok? Lá no site da Korui eles explicam o que é isso e para que serve.

Calcinhas menstruais

Tem gente que não se adapta mesmo ao coletor- e tá tudo bem.

Nesse caso, outra alternativa bacana são as calcinhas menstruais, como as da marca brasileira Herself. Não testei ainda por motivos de pobreza (elas custam a partir de R$ 75), mas quero comprar um kit para testar em breve ou assim que ganhar na loteria.

A empresa também lançou agorinha o primeiro biquíni menstrual made in Brasil e ninguém tem mais desculpa de não ir à praia naqueles dias – a não ser, claro, que você também seja pobre.

Absorvente reutilizável

Eu sei, eu também achava a ideia meio nojenta. Comprei recentemente para usar como apoio nos dias de menstruação mais forte e tem sido só amor. ♥

Tenho um pacote com cinco: três normais e dois gigantes. Uso, lavo à mão e deixo secando no sol. Só tem que tomar bastante cuidado para ver se saiu todo o sangue antes de colocar pra secar. Para mim, essa quantidade é suficiente para o revezamente durante o ciclo.

Maquiagem

Uso o mínimo possível, mas cada um sabe o que gosta de ter consigo, né? Eu carrego apenas:

Rímel e o lápis são marcas convencionais ainda e o pó é da Bioart, que produz makes orgânicas maravilhosas.

Percebi que tenho uma reação a algo que tem na fórmula de batons, gloss e coisas labiais, então não uso mais nada na boca (mas ainda quero achar uma alternativa que não me deixe com a boca toda errada no dia seguinte). Update: tenho usado raramente o batom da Arte dos Aromas e os problemas acabaram.

Para remover a maquiagem, uso uma toalhinha de rosto e óleo. Faço com azeite de oliva mesmo (não dá cheiro de comida e a pele acorda diva), mas dizem que óleo de coco também funciona super bem. Depois de remover a make, tem que lavar o rosto para tirar o excesso de óleo, ok?

Itens cortantes/pontiagudos

Os dois primeiros já são naturalmente “sustentáveis”, já que duram zilhões de anos. Por serem cortantes/pontiagudos, eles podem ser barrados da mala de mão, mas nunca me aconteceu.

O terceiro item é o mais chatinho da lista e não é essencial (afinal, quem disse que precisa tirar os pelos, gente?). Eu já testei milhões de maneiras de depilação – veet, cera, lâmina, maquininha da tortura, laser, etc. Hoje em dia, tô amiga da lâmina (vulgo “gilette”) de novo.

Os aparelhos de barbear descartáveis têm o mesmo problema da escova de dente: normalmente são feitos com materiais mistos = nunca que alguém vai se dar o trabalho de reciclá-los.

Então, a alternativa mais interessante nesse sentido é usar as lâminas de barbear que permitem que você troque apenas a parte da cabeça, sabe? Assim diminui o lixo gerado e você reutiliza o corpo do barbeador eternamente. A melhor opção são aqueles feitos totalmente em metal, iguais aos que seu avô usava para fazer a barba.

Eu não me adaptei, deixei o meu enferrujar em pouquíssimo tempo, e troquei para um aparelho de barbear convencional, mas daqueles que só trocam a cabeça. Ainda divido o cabo do barbeador com o Diego (cada um tem sua própria lâmina, claro) e economizo um espacinho na bagagem.

Outros

Também perguntei nos stories do Instagram o que não podia faltar em uma necessaire de viagem. Adiciono as respostas mais relevantes (e que eu tinha esquecido) aqui. 😉

Para ter sempre consigo essas dicas, guarde a imagem abaixo no celular e bon voyage! 😉

Nota: Os valores apresentados são referentes ao mês de julho de 2018 e podem sofrer alterações a qualquer momento.


LEIA TAMBÉM

⇒ De onde vem tanto lixo e o que viajar tem a ver com isso?

⇒ Como gerar menos lixo em uma viagem de avião

⇒ Turismo sustentável: 13 atitudes que você pode tomar em qualquer viagem

Transporte sustentável: qual a forma menos poluente de viajar?

O que é turismo sustentável e como ser um viajante mais consciente

VIAJE COM ECONOMIA

💡 Criar conteúdo dá trabalho e escolhemos a dedo parceiros para te ajudar a viajar com mais economia. A cada reserva feita nos links dessa página, nós ganhamos uma pequena comissão para que o Quase Nômade continue existindo.

SEGURO
Viaje tranquilo com a Real Seguros e ganhe 15% de desconto.

HOSPEDAGEM
Reserve seu hotel através do Booking.

PASSEIOS
Aproveite tours grátis em mais de 120 cidades pelo mundo com a Civitatis.

CÂMBIO
Pesquise as cotações oferecidas por diferentes casas de câmbio através da Melhor Câmbio ou envie dinheiro para o exterior sem taxas pela Wise.

ALUGUEL DE CARRO
Alugue carros no Brasil em até 12 vezes sem juros através da RentCars ou pesquise as melhores locadoras no exterior com a RentalCars.

Sair da versão mobile