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O que fazer em Lisboa: passeios, show de fado e dicas para seguir viagem

A capital portuguesa e eu nos encontramos pela segunda vez. E, pela segunda vez, eu quase deixo de lado aquele texto tão óbvio sobre “o que fazer em Lisboa“. Acho que tem algo naquelas ruas de paralelepípedos que parece fazer a gente deixar a vida passar e não pensar muito.

O outro motivo para ficar adiando a escrita é menos glamouroso: na primeira vez que visitei a cidade, fiquei doente. Desta vez, foi o Diego quem adoeceu. E, sem seguro (ele), ainda tivemos que arcar com as despesas médicas em euros com uma taxa cambial nada favorável…

Mesmo assim, deu tempo para aproveitar um pouco do que Lisboa tem de especial – e eu confesso que ainda nem sei definir o que é. O saldo final desse tempo gasto em hospitais na capital portuguesa é o roteiro abaixo. Espero que gostem!

O que fazer em Lisboa

Senta aqui e pega um cafezinho, porque o post vai ser longo. Se estiver com pressa, clica nos links abaixo para ir direto ao ponto, ok?

Passeios em Lisboa: Alfama

O bairro mais tradicional de Lisboa vem perdendo gradativamente suas características para o turismo. Nas ruas, o inglês é ouvido com frequência e em alguns restaurantes você nem sequer conseguirá ser atendido em português. Mesmo assim, é onde uma vez esteve aquela Lisboa mais autêntica, repleta de escadinhas, restaurantes típicos e ruas de paralelepípedos com as quais a gente adora sonhar.

Um passeio pelo bairro é fundamental para conhecer os altos e baixos da vida lisboeta – literalmente. Os moradores, sempre com aquele humor típico português, reclamam da invasão de turistas, muitos dos quais ficam hospedados em apartamentos alugados pelo Airbnb – o que aumenta o preço dos aluguéis cobrados para os próprios portugueses. Falo mais sobre essa questão e o problema da gentrificação de Alfama no texto que chamei de “Onde (não) ficar em Lisboa“.

Apesar disso, vale lembrar que o aluguel por temporada continua sendo uma opção interessante, principalmente para quem vai passar mais dias na cidade. Nesse caso, a dica é optar por bairros menos visados. Com isso, todo mundo ganha: você vive uma viagem mais autêntica e não contribui para o problema de moradia em regiões que já estão tomadas pelo turismo. Maravilha, né?

A Imovirtual é uma empresa do Grupo OLX que trabalha com aluguel de apartamentos por semana em Portugal, contando com imóveis em diversas regiões de Lisboa. Espia aqui as opções disponíveis na cidade!

Show de fado em Lisboa

Durante o seu passeio por Alfama, não faltarão lugares oferecendo shows de fado de todos os tipos e preços. Os restaurantes de bairro abraçaram o ritmo tipicamente português e o embalaram para-turista-ver.

Mesmo assim, ainda é possível encontrar bons shows de fado pelas ruelas lisboetas – e não pagar uma fortuna para fazer isso. Há espetáculos de diversos valores, como o do Fado no Chiado, que sai por € 18,50 (R$ 83) e foi classificado como o melhor de Lisboa pelo Tripadvisor.

Para quem não pode gastar, a dica é reservar mesa em um dos muitos restaurantes que oferecem espetáculos ao vivo gratuitos. Nesses casos, o menu costuma apresentar preços mais altos do que os encontrados normalmente, mas continua sendo uma barganha. Em lugares mais simples, espere gastar em média € 30 a € 40 (R$ 135 a R$ 180) por casal .

Pontos turísticos de Lisboa: Belém

Belém é outro bairro lisboeta que merece ser percorrido com calma. Dessa vez, o foco é realmente no turismo e as atrações pipocam a cada passo.

Para citar algumas, estão a uma curta distância o Mosteiro dos Jerônimos (€ 10 na hora ou € 12,50 antecipado – R$ 45 a R$ 55), o Museu Berardo (€ 5 ou R$ 23), a Torre de Belém (€ 6 na hora ou € 8,50 antecipado – R$ 27 a R$ 38) e os maravilhosos Pastéis de Belém (€ 1,10 ou R$ 5 cada).

Não é preciso entrar em todas as atrações. Eu só conheci o Museu Berardo, que é maravilhoso e dá pra comprar as entradas aqui, e os Pastéis de Belém, porque não sou de ferro. Adoro lembrar daquele clichê de que o melhor da viagem é curtir tudo sem precisar ficar cumprindo checklist de atrações. Visitar Lisboa é justamente isso.

Se você quiser entrar em tudo o que tem direito e um pouco mais, recomendo o Lisboa Card (e apenas nesse caso, ok?). O cartão com duração de um dia sai por € 19 (R$ 85) e inclui a entrada no Mosteiro dos Jerônimos e na Torre de Belém, além de transporte grátis pela cidade e outras atrações.

Mosteiro dos Jerônimos, em Lisboa

Praça do Comércio

Cartão postal português, a Praça do Comércio fica coladinha no Tejo e também é conhecida como Terreiro do Paço. Com diversos barzinhos e restaurantes, é um daqueles lugares gostosos para curtir o fim de tarde ou um almoço prolongado degustando uma cerveja.

Se de um lado está o rio, de outro fica o Arco da Rua Augusta – e quem gosta de ver as cidades de cima pode subir no mirante por apenas € 3,60 (R$ 16). Eu prefiro seguir em direção à água, sentar na beira do Tejo e deixar a preguiça bater.

Será que essa região é turística?

Feira da Ladra

Quem adora um mercado de pulgas vai ser atraído para a Feira da Ladra. Às terças e sábados, no Campo de Santa Clara, vendedores espalham pelo chão centenas de coisas usadas, relíquias e objetos feitos artesanalmente. Não é mais uma feira hipster, mas sim uma tradição que remonta ao ano de 1272 – e pode render lembrancinhas sustentáveis da viagem.

Programe-se para aterrissar na área entre as 9h e as 18h, mas lembre-se de que as melhores barganhas costumam ser sempre nos primeiros horários da manhã.

Mercado da Ribeira

O Mercado da Ribeira, no Cais do Sodré, era uma construção tradicional de Lisboa, onde se vendiam frutas, verduras, peixes e outros alimentos, além de ser repleto de bancas de flores.

No ano 2.000, com a abertura do Mercado Abastecedor da Região de Lisboa (MARL), o Mercado da Ribeira foi perdendo sua função de principal abastecedor da cidade. Nessa mesma época, o edifício ganha um restaurante e uma sala de eventos.

As mudanças ficam completas quando, em 2014, a Time Out passa a usar parte da área do mercado com o projeto Time Out Market, após receber a concessão da Câmara Municipal de Lisboa. Desde então, uma área do edifício é usada para dar espaço a mais de 40 bares, restaurantes e lojas selecionados pela equipe da revista, além de um espaço de coworking (só para membros).

LX Factory

Quando se pensa em o que fazer em Lisboa, a LX Factory pode não ser a primeira lembrança. Entretanto, esse espaço conquistou os visitantes nos últimos anos e já se tornou parada frequente dos turistas que visitam a capital portuguesa.

No local onde antes existia a antiga fábrica da Companhia de Fiação e Tecidos Lisbonense, hoje se espalham projetos artísticos, bares, restaurantes, cafés, lojas, espaços de coworking e até um hostel com quartos coletivos e privados, o The Dorm.

Fachada do The Dorm

Situada em Alcântara, essa área de 23 mil metros quadrados promete render horas de passeio. Para os gulosos por novidades, uma dica gostosa é petiscar um pouco em cada um dos restaurantes e bares, provando todos os sabores que couberem na visita.

Cinemateca Portuguesa

Quem adora ir ao cinema enquanto viaja, levanta a mão! 🙌

A Cinemateca Portuguesa é mais do que uma simples sala de projeção. Pertinho da Avenida da Liberdade, esse antigo cinema guarda todo o patrimônio cinematográfico de Portugal. Com um museu, um restaurante e uma livraria, o espaço oferece um programa completo para os amantes da sétima arte.

A programação exalta os clássicos do cinema, com ingressos a preços acessíveis.

Passeios literários

Bate e volta de Lisboa

Quando cansar de Lisboa, a dica é aproveitar a localização da cidade para visitar outros lugares próximos – ou seguir viagem por Portugal.

Confira nossas dicas para um bate e volta:

Curtiu as sugestões? Veja 7 opções de bate-volta de Lisboa

Para seguir viagem

De Lisboa para o Algarve

No sul de Portugal, o Algarve é tão arrumadinho que dá vontade de levar pra casa. Diferentemente de Lisboa, aqui a chuva não é uma presença constante – pelo contrário, ela mal dá as caras. E o melhor: contrariando as previsões, dá para curtir o Algarve também no inverno.

De Lisboa a Faro, o ônibus da Rede Expressos custa € 18,50 (R$ 84) e os trens do Comboios de Portugal saem por a partir de € 10,50 (R$ 47). Ambos têm duração de cerca de 3 horas e meia de viagem. De carro alugado, você chega no destino em 2 horas e meia e ainda pode ir parando no trajeto. É possível encontrar aluguel de carros a partir de € 7 (R$ 32) por dia no site da RentalCars.

Transporte sustentável: qual a forma menos poluente de viajar?

De Lisboa para Porto

Se você é como eu e fica só pensando em Vinhos do Porto, então é melhor rumar para o norte. Quando visitei a cidade, deixei de fazer os passeios pelo Vale do Douro, mas pude me fartar comendo as típicas francesinhas, um sanduíche tradicional da região, e também fiz uma incursão pela animada vida noturna do Porto.

De Lisboa a Porto, a Rede Expressos oferece passagens de ônibus por € 9 (R$ 41) e o tempo de viagem é de em média 3 horas e meia. Trens custam a partir de € 9,50 (R$ 43) e demoram cerca de 3 horas para percorrer o trajeto entre as duas cidades. Veja aqui todos os posts sobre o Porto.

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Nota: Uma primeira versão deste texto foi publicada em abril de 2018. O conteúdo da página foi ampliado e os valores e câmbio apresentados foram atualizados, sendo referentes ao mês de dezembro de 2019.


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