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Le Palais Paysan: hospedagem com vista para o Atlas para viver a cultura berbere no Marrocos

Bonjour“. Essa era a palavra mais ouvida no caminho para a vila berbere Tagadirte, que tivemos a oportunidade de visitar por conta própria, durante nossa viagem pelo Marrocos.

Antes do embarque tínhamos dúvidas sobre contratar ou não um tour pelo deserto. Depois de muito “ser ou não ser”, o não acabou falando mais alto. “Ah, mas ir no Marrocos e não visitar o deserto não tem graça“, – diriam quase todos vocês. Acontece que, definitivamente, tours fechados, com grupo e hora para começar e terminar, não são muito o nosso forte. ¯\_(ツ)_/¯

[isso sem entrar no mérito da exploração dos camelos/dromedários, né?]

Se não dá para dormir no deserto sozinhos – e não dá! – ninguém iria nos impedir de conhecer uma vila berbere. Ah, mas não iam MERMOOO.

Para fazer esse passeio, fomos convidados a nos hospedar no Le Palais Paysan, na cidade de Oumanss. O hotel é gerido por pessoas da comunidade berbere e fica a cerca de 24 quilômetros de Marrakech (de carro) e outros 30 minutos da vila berbere de Tagadirte – desta vez, a pé.

Mas pera: você não sabe quem são os berberes? Eles são ~apenas~ o povo original do Marrocos, que já estava por aqui muito antes da dominação árabe, francesa & espanhola. Hoje, a população berbere continua existindo em diversas regiões marroquinas, bem como em outros países do norte da África.

Como é a hospedagem no Le Palais Paysan

É só chegar no hotel para sentir-se rodeado de natureza. Ficamos hospedados no quarto 15 que, segundo Hamada, que nos atendeu durante toda a estadia, é o que tem a vista mais bonita. E olha: o lugar é de uma beleza absurda, de frente para a cordilheira do Atlas, onde costuma nevar bastante durante o inverno, época em que visitamos a região.

Os quartos do Le Palais Paysan são bastante amplos e o nosso contava ainda com duas sacadas, onde eu aproveitei para trabalhar um pouco com o wi-fi oferecido gratuitamente. A conexão pode não ser a mais veloz do universo, mas atendeu bem às nossas necessidades e é até bem rápida para os padrões do país – que, embora tenha a 5ª internet mais rápida da África, ainda deixa a desejar em termos de velocidade. Não preciso nem dizer que o banho (de chuveiro) era maravilhoso e super quentinho, mas o toque extra de cuidado, na minha opinião, é o fato de que os sabonetes dos quartos são 100% naturais. 🌱

Além da vista maravilhosa, o atendimento também foi sensacional durante toda nossa estadia. Conhecemos as dependências do espaço que conta com piscina, fazenda própria e comodidades de spa. É possível fazer um hammam (uma espécie de sauna tradicional árabe – veja mais sobre a prática no Marrocos.com) por 450 dirhams marroquinos (cerca de R$ 160) ou uma massagem relaxante por 575 dirhams (R$ 200), entre outros tratamentos.

Chegamos à noite em Marrakech e o hotel providenciou nosso transporte do aeroporto até o local, com um motorista que falava praticamente todas as línguas do mundo. Sério: em 40 minutos, ele falou português, inglês, espanhol, francês e italiano. Depois de alguns dias no Marrocos, descobriríamos que isso não é tão incomum quanto pareceu à primeira vista…

Alimentação no Le Palais Paysan

Eu sou taurina e, apesar de não acreditar em signos (“pero que los hay, los hay“), é facinho me conquistar com comida. E o café da manhã do Le Palais Paysan cumpriu essa tarefa com louvor. Todas as manhãs eram servidas frutas, iogurte natural (bem azedinho, sabe? ♥), croissant, pães e uma omelete berbere que, apesar de simples, era a coisa mais deliciosa do mundo (basicamente, uma mistura de ovos com tomate e alguns temperos locais). Me atirei tão de cabeça no café que não deu para almoçar, não.

À noite, jantamos também no restaurante do hotel, que conta com algumas opções de pratos locais e internacionais, bem como uma carta de vinhos – o que não é regra aqui no Marrocos, onde as bebidas alcoólicas ainda são um tabu. Minha escolha, e também minha primeira incursão na gastronomia marroquina, foi um tajine de frango. É bom saber também que, mesmo que você não queira, vai acabar jantando no hotel, porque não há muita coisa ali perto – a boa notícia é que tem opções vegetarianas para não deixar ninguém na mão!

Visitando uma comunidade berbere

A possibilidade de visitar uma comunidade berbere e conhecer mais sobre a história dos povos do deserto foi a nossa principal motivação para escolher a hospedagem no Le Palais Paysan. De acordo com o que conversamos com Hamada, a comunidade de Tagadirte, localizada a cerca de 30 minutos dali, é lar de cerca de 300 famílias – ou uma média de 2.000 pessoas, segundo ele mesmo estimou.

A primeira coisa a fazer antes de sair do hotel era se munir de roupas confortáveis, para aguentar uma caminhada no clima desértico de Oumnass. Coloquei meu sapato de guerra (que parece realmente ter passado por uma), umas calças jeans pesadas e me muni de uma garrafinha de água esperta para não passar necessidade no meio do nada.

Um dos funcionários do hotel abriu as portas para que fôssemos visitar a vila e nos deu indicações de como chegar até ela. O caminho é todo feito por uma estrada de chão e são cerca de 30 minutos de caminhada em que você vai se sentir a reencarnação do Indiana Jones.

Cultura berbere

povo berbere é muito aberto. Lembra o que comentei lá em cima sobre o “bonjour“? Pois é, todo mundo que nos via caminhar em direção à vila já partia logo para nos cumprimentar com um sorriso no rosto. Mulheres, crianças, idosos, todo mundo fez questão de nos fazer sentir bem-vindos. Como o francês é geralmente a língua estrangeira usada no país, o “bonjour” era um resultado natural disso, embora tenhamos recebido um “salamalenco” bem simpático de um senhorzinho que fazia a travessia pela estrada de chão a bordo de um burro.

Já no meio da vila, avistamos as ruínas do que parecia ser um castelo e colocamos uma meta de chegar até o local. Caminhamos uns 10 quilômetros no total, mas chegamos lá – e o Diego ficou com os pés doendo durante todo o resto da viagem. Decidimos sentar para descansar ali e beber um pouco da nossa água para aplacar o calor.

Deve ter passado uns 20 minutos até que um jovem veio conversar com a gente (em inglês/francês). Ele explicou um pouco sobre o lugar, dizendo que as ruínas tinham mais de 600 anos e nos contou um pouquinho da história – só que, infelizmente, foi impossível entender. Mais tarde descobrimos que se tratava de uma Kasbah, uma espécie de cidade amuralhada muito comum entre os berberes do Marrocos, mas não conseguimos mesmo descobrir qual o nome…

Objetivo alcançado, era hora de voltarmos para o hotel, onde uma noite com um dos céus mais estrelados da vida nos esperava – confesso que competia de perto com o de Valizas, no Uruguai. 🌟

* Ficamos hospedados no Le Palais Paysan a convite do hotel e do Visit Marrakech, o que não interfere nas opiniões apresentadas nesta página. 

Nota: Os valores são referentes ao mês de janeiro de 2018 e podem sofrer alterações a qualquer momento.


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