Decidir viajar para o Marrocos foi fácil. O destino encaixava perfeitamente com nossos planos de viagem pela Espanha e Portugal e as passagens de ida e volta saíram por pouco mais de € 30 por pessoa. Roteiro definido, só faltava decidir onde ficar em Marrakech.
Com cerca de 1 milhão de habitantes, a cidade mais turística do Marrocos é tudo, menos tranquila. E não é uma questão de segurança, mas de movimentação. As ruas parecem estar sempre cheias de gente, principalmente na Medina – lugar amado por uns e odiado por outros tantos viajantes. Por sinal, vamos começar justamente falando sobre essa região.
Onde ficar em Marrakech: Medina
Os relatos que li antes de decidir onde ficar em Marrakech se dividiam entre pessoas que só entravam na Medina acompanhadas de um guia e aquelas que preferiam mesmo ficar hospedadas na parte histórica da cidade.
Tentei pesar os dois lados e optei por ficar alguns dias ali, no meio daquele turbilhão de cores, cheiros e comércios. Mas eu também morri de medo de me perder nas ruelas labirínticas onde nem o Google Maps é capaz de ajudar.
Foram seis dias BEM intensos de hospedagem na Medina. Diego quase surtou com o tanto de gente que nos atacava querendo vender coisas em todos os idiomas. Eu quase enfartei no dia em que voltávamos para casa tarde da noite e faltou luz em uma das ruelas pelas quais tínhamos que passar. No mesmo dia, um casal de belgas que conhecemos nos contou que tinha sido assaltado – o que é incomum no Marrocos, mas pode acontecer em qualquer lugar do mundo.
Foi bom, mas na próxima eu escolheria ficar em outra região e passar pela Medina só a passeio.
Vantagens de se hospedar na Medina:
- Hospedagens mais baratas
- Proximidade com as principais atrações
- Hotéis menores e mais típicos
- Possibilidade de vivenciar de perto a cultura local
- Ideal para estadias mais curtas
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Nossas experiências em hotéis na Medina
Riad Prada
Reservamos três dias de hospedagem no Riad Prada.
Depois de ler um post do Bruno no Deixa de Frescura sobre a dificuldade de encontrar os riads na Medina, enviamos um e-mail perguntando como fazer para chegar até o local. Como não circulam carros na região, nos deram um número de telefone e pediram que ligássemos ao chegar ao Cafe de France, um ponto teoricamente fácil de achar. Tranquilo, pensamos!
(Spoiler: estávamos enganados)
Pedimos para nosso transfer telefonar ao número que nos indicaram na chegada, mas estava errado. Terror e pânico. Tentamos seguir o Google Maps, mas ele indicava um lugar que ~apenas~ não existia. Um bando de crianças nos atacou querendo nos levar até o riad, mas o motorista tinha nos advertido para “não confiar nos jovens” – segundo ele, os homens mais novos teriam costume de enganar os turistas e levá-los ao lugar errado, solicitando um pagamento para retornar às ruas principais. Como ele enfatizou isso diversas vezes, preferimos não pagar pra ver.
Estava eu naquele ponto pré sentar-e-chorar quando o gerente do hotel apareceu meio que por milagre dizendo meu nome “Mariana Dutra?“. Quase beijei o moço naquela hora, mas algo dizia que isso poderia me meter em encrencas…
A hospedagem no Riad Prada
Apesar de difícil de encontrar, nossa hospedagem no Riad Prada foi ótima. A equipe era muito simpática, principalmente a jovem que servia nosso café todas as manhãs – e que confessou ser fã das novelas da Globo. O café, por sinal, era bem completo: suco de laranja, pães, croissant, ovos, frutas, geleias e café.
Todos no riad falavam francês e arriscavam um pouco de inglês (suficiente para uma comunicação básica). O quarto era simples, mas muito limpo, ao lado do terraço, com vista para a Medina.
Eu havia lido algumas críticas que me deixaram apreensiva sobre as hospedagens no Marrocos e estava até mentalmente preparada para tomar banho frio, o que não aconteceu nenhum dia. Por sinal, o chuveiro era bem quente e estável – pensa que fomos no inverno e fez 2°C enquanto estávamos em Marrakech.
Sim, faz frio na África.
O lado negativo foi mesmo a temperatura. Apesar de termos um aquecedor no quarto (e deixarmos ele no máximo), ficamos com muito frio todas as três noites em que dormimos no riad… Recomendo levar um pijama quentinho se for viajar durante o inverno (fomos em janeiro). Além disso, os quartos ficam nos pisos superiores, que são acessíveis através de escadas, o que pode ser um problema para quem tem dificuldade de locomoção ou viaja com muita bagagem a tiracolo. Felizmente, não era o nosso caso.
Dar Zemrane
Depois de passar alguns dias em Casablanca, voltamos a Marrakech e ficamos hospedados no Dar Zemrane, uma casa tradicional marroquina localizada em uma parte mais tranquila da Medina.
Para chegar, foi aquele parto de sempre: puxando mala no meio das loxinhas e sendo atacados por um monte de gente que queria nos levar até nosso riad em troca de alguns dirhams. Resolvemos aceitar a ajuda de um senhor, que também não fazia ideia de onde estávamos indo, entrou em umas três ruas erradas, pediu informações para outras duas pessoas e finalmente nos deixou na entrada da hospedagem. Lá se foram 10 merecidos dirhams para ele.
A equipe do hotel falava francês (aparentemente os donos são uma família francesa que vive em Marrakech) e alguns funcionários também arranhavam um inglês. Fomos atendidos em algumas noites pelo Mohammad, um querido que sempre nos esperava com um chá de menta quentinho. 🍵
Assim como no Riad Prada, o café da manhã também era tudo de bom, com pães, doces, marmelada, manteiga, café, suco de laranja e iogurte natural. Nem conseguíamos almoçar depois de tanta fartura… Por sinal, eu recomendo fortemente reservar hospedagens com café da manhã incluído no Marrocos, porque a primeira refeição do dia é muito respeitada por lá.
O quarto em que ficamos era aconchegante e com uma decoração tradicional. O chuveiro, apesar de ter sempre água bem quente e com boa pressão (não esfriava mesmo com banhos demorados), não tinha suporte – era tipo aquelas ducha que você tem que segurar enquanto toma banho, sabe? Chatinho, mas nada que atrapalhasse a viagem.
O quarto também tinha comodidades básicas, como aquecedor, ar condicionado e wi-fi grátis (suficiente para trabalhar & ver Netflix). No final das contas, o saldo foi positivo – clica aqui para reservar um quarto no Dar Zemrane também.
Hospedagem fora da Medina
Quem vai para Marrakech e tem medo de se perder pela Medina pode escolher ficar em outras áreas. Se eu voltar, certamente farei isso – embora o preço das hospedagens na parte mais tradicional da cidade seja mais acessível.
É fora da Medina que ficam praticamente todos (senão todos) os hotéis de redes conhecidas, seja um Ibis ou um Sofitel. Normalmente, as acomodações localizadas em outras áreas da cidade costumam oferecer mais estrutura, com piscinas, spas e muitas comodidades que não se encontram em riads típicos marroquinos.
Nesse caso, a dica do Segredos de Viagem para se hospedar em Marrakech fora da Medina é Guéliz, o bairro francês da cidade. É razoavelmente perto da Medina, então ainda permite fazer quase tudo a pé, embora seja mais ocidental, com opções de restaurantes não-marroquinos.
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Vantagens de ficar fora da Medina:
- Reservar hotéis de redes famosas (para quem gosta)
- Contar com mais estrutura na acomodação
- Facilidade de locomoção – na maioria das ruas da Medina não circulam carros
- Conviver com uma cultura mais ocidental, para quem não tem facilidade de adaptação
- Ideal para estadias mais longas
Hotéis fora de Marrakech
Para quem visita o Marrocos em busca de mais contato com a natureza e quer conhecer as paisagens do país, a dica é escolher hotéis localizados fora da cidade.
Nós passamos duas noites no maravilhoso Le Palais Paysan, na cidade de Oumnass, com vista para as Montanhas Atlas. Foi como se estivéssemos em um país completamente diferente. Por lá, o que se destaca é a calmaria e a paisagem de cinema, além de estar super próximo a uma vila berbere, que pode ser facilmente visitada a pé. Espia aqui como foi a nossa experiência por lá.
Há também muitos outros hotéis mais luxuosos fora de Marrakech, perfeitos para quem não gosta da muvuca e não se incomoda em estar um pouco afastado das principais atrações – normalmente, é possível chegar a qualquer lugar em uma viagem de carro com duração entre 30 e 40 minutos.
Vantagens de se hospedar fora de Marrakech
- Hotéis e resorts com estrutura completa
- Paisagens dignas de adjetivos hiperbólicos
- Paz ♥
⇒ Pesquise hospedagens fora de Marrakech
* Ficamos hospedados no Le Palais Paysan a convite do hotel e do Visit Marrakech, o que não interfere nas opiniões apresentadas nesta página.
Nota: Os valores apresentados são referentes ao mês de fevereiro de 2018 e podem sofrer alterações a qualquer momento.
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