Há pouco mais de 30 anos, eu nascia e me mudava do hospital Moinhos de Vento diretamente para uma rua sem saída na zona sul da capital gaúcha. Foi lá que eu vivi durante 24 anos, até que, sem saber mais o que fazer em Porto Alegre, resolvi colocar tudo em duas malas e começar a me mudar por aí.
Daí pra frente, foram mais de 15 mudanças, tendo outros três países como endereços físicos e muitos carimbos no passaporte. Mesmo assim, Porto Alegre continua sendo a minha cidade. É onde eu passei a maior parte da vida e onde voltei a viver de vez em 2014 (mesmo que esteja sempre planejando a próxima escapada). Por isso, acho que posso dizer que conheço bem essa “POA“, para onde eu sempre insisto em voltar.
Embora não tenha mais aquele olhar de turista, ainda gosto de vagar de vez em quando pelas ruas porto-alegrenses. Recentemente, três amigas mexicanas passaram uns dias por aqui e aproveitei para levá-las em um passeio pelo centro da cidade. É claro que não perderia a oportunidade de compartilhar mais sobre esse mini-roteiro pela região central, né não? Então, aqui está! Espero que gostem. 🙂
O que fazer em Porto Alegre
Quem disse que não tem tanta coisa para se fazer em Porto Alegre? Tem sim, tanto é que vai rolar até índice nesse post pra ninguém se perder! \o/
Clica aí nos links se quiser ir direto ao ponto.
- Passeio pela Praça da Matriz
- Escadaria da Borges
- Mercado Público
- Santander Cultural
- Margs
- Praça da Alfândega
- Casa de Cultura Mario Quintana
- Usina do Gasômetro
- Melhor dia para um roteiro pelo centro de POA
Um passeio pela Praça da Matriz
Foi onde começou nosso passeio por Porto Alegre – e é onde eu recomendo começar o seu. Passamos rapidinho ali (de carro mesmo) e mostrei para as meninas os “quatro” poderes que repousam ao redor da praça: o Palácio Piratini, sede do governo do estado; a Assembleia Legislativa; o Palácio da Justiça e a Catedral Metropolitana (Rá!).
Mesmo assim, a minha construção preferida em volta da praça vai ser sempre o Theatro São Pedro – assim, com “Th” mesmo, quase como um selo de antiguidade. Se vocês me perdoam, vou dar a ele o título mais do que merecido de quinto poder. Quando alguma peça bacana resolve dar as caras em POA, é quase certo que o Theatro São Pedro vai ser a casa da produção – eu aconselho acompanhar a programação para ficar por dentro do que está rolando por lá.
Escadaria da Borges
Da Praça da Matriz é um pulo até a Escadaria da Borges – na minha opinião, uma melhores vistas da cidade.
Tecnicamente, essa vista acontece na rua Duque de Caxias, do ladinho do Hotel Everest. Sugiro umas subidas e descidas pela escadaria – depois da terceira vez, qualquer um vira cidadão porto-alegrense honorário. Numa dessas descidas, você vai acabar desembocando pertinho do Mercado Público, que é um convite às tradições e à gastronomia da cidade.
Mercado Público
Um dos cantinhos preferidos de muita gente (inclusive o meu). Por mais caótico que seja o Mercado Público – principalmente após o incêndio que destruiu parte da construção -, é difícil não gostar de lá. Ideal para um almoço no tradicionalíssimo Gambrinus, uma sobremesa na Banca 40 (cujo sorvete se tornou um ícone) e um cafezinho no Café do Mercado.
Dependendo do seu orçamento de viagem, o Gambrinus pode acabar com suas economias sair um pouco caro. Nesse caso, sugiro trocar por alguns dos restaurantes cuja entrada fica na parte externa do mercado, que oferecem preços bem mais em conta (dá para almoçar bem com menos de R$ 20).
Na saída, vale passar na Cachaçaria do Mercado e comprar algumas cachacinhas locais – para quem não é do sul, eu sugiro provar as de butiá, uma fruta super típica daqui. Nós gaúchos temos até uma expressão para demonstrar espanto: “Me caiu os butiá do bolso” (algo como “tô pasmo!”) 😉
Santander Cultural
Com um foco em arte contemporânea, o Santander Cultural faz parte da vida artística porto-alegrense há anos. Mas, além das exposições de arte que costumam acontecer no átrio do museu, há também um cinema que fica dentro de um cofre e tem uma programação bem diversificada, para quem não curte blockbusters. Eventualmente é possível conferir alguns shows ou participar de oficinas dentro da programação do centro cultural.
As exposições são grátis, enquanto o ingresso para o cinema sai por R$ 10 e os demais eventos têm preços variáveis. Foi lá que rolou a maior polêmica depois da exposição Queermuseu, lembram?
Apesar do foco ser nos dias de hoje, a construção também tem história: o edifício foi erguido entre 1927 e 1932 e serviu como sede para diversos bancos da época. Graças a isso, o piso inferior do prédio abriga também uma coleção de moedas e documentos antigos (entrada grátis!). Tombado em 1987 como patrimônio histórico e artístico do Estado, o local passou a abrigar o Santander Cultural em agosto de 2001.
Endereço: Rua Sete de Setembro, 1028
Horários: terça a sábado, das 10h às 19h; domingos, das 14h às 19h.
Margs
O edifício que hoje dá lugar ao Margs foi construído em 1913 pelo arquiteto alemão Theo Wiederspahn para abrigar uma Delegacia Fiscal. O Museu é hoje um dos principais do estado e tem um acervo de mais de 3.660 obras, contando com diversas exposições artísticas que abrangem desde obras do século 19 até trabalhos mais atuais. Assim como os outros museus de Porto Alegre, a entrada é gratuita – espia a programação aqui. 🙂
Endereço: Praça da Alfândega, s/n°
Horários: terças a domingos, das 9h às 19h.
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Praça da Alfândega
Os dois museus acima ficam em plena Praça da Alfândega, praticamente no coração da cidade. É lá que ficava a primeira entrada em Porto Alegre, através do porto que existia próximo dali. Quem passa pela praça também pode admirar o piso que parece uma imitação do famoso calçadão de Copacabana, no Rio de Janeiro, ou tirar uma foto na estátua de Mario Quintana e Carlos Drummond de Andrade conversando em pleno banco de praça.
Desde 1955, o espaço também recebe anualmente a Feira do Livro de Porto Alegre, a maior feira do gênero a céu aberto na América Latina. O evento normalmente acontece durante duas semanas nos meses de outubro e novembro.
Casa de Cultura Mario Quintana
Praticamente qualquer porto-alegrense é capaz de esquecer um problema quando lembra dos versos de Quintana: “eles passarão, eu passarinho“. E a Casa de Cultura que leva o nome do poeta é uma lembrança viva disto.
Mario Quintana não nasceu aqui, mas adotou Porto Alegre como sua casa aos 20 anos, quando saiu de Alegrete para morar na capital gaúcha. Entre 1968 e 1980, ele viveu no Hotel Majestic, onde hoje se localiza a Casa de Cultura. Mesmo tendo saído de lá para morar em outros hotéis após o seu fechamento, nos anos 80, o local continuou preservando parte da memória de um de seus hóspedes mais ilustres. Graças a isso, o edifício que abrigava o hotel se tornou um centro cultural em sua homenagem em 1983, um ano após o seu tombamento.
No último andar da Casa de Cultura tem também o café/bistrô Santo de Casa (aquele que não faz milagre, sabe?), com comidinhas gostosas e uma vista incrível do centro de POA. No fim de tarde, costuma rolar até mesmo uma música ao vivo na parte interna do espaço, enquanto o terraço oferece um espetáculo ainda melhor: o pôr-do-sol. ☀
Endereço: Rua dos Andradas, 736
Horários: terça a sexta, das 9h às 21h; sábados e domingos, das 12h às 21h
Usina do Gasômetro
Não tem programa que seja mais a cara de Porto Alegre do que um domingo na prainha do Gasômetro (mentira, tem sim: o domingo na Redenção). A Avenida Edvaldo Pereira Paiva, que passa ao lado do Gasômetro, fica fechada aos domingos para circulação de carros e é quando ciclistas, pedestres e patinadores aproveitam ao máximo o espaço. Nestes dias também há diversas barraquinhas com comida, onde é possível petiscar algo ou mesmo só sentar ali na prainha para observar o movimento.
Dentro da Usina também rola rolava uma programação cultural bem variada (ela foi encerrada temporariamente para reformas em novembro de 2017), com exposições de fotos, mostras de arte, espetáculos ao vivo e sessões de cinema grátis – geralmente com foco em filmes clássicos. Vale a pena conferir o espaço que já foi, como o próprio nome lembra, uma usina projetada para gerar energia à base de carvão mineral.
Melhor dia para um roteiro pelo centro de POA
Como o Mercado Público fecha aos domingos e muitos museus fecham na segunda-feira, os melhores dias para fazer esse roteiro seriam de terça a sábado. Nesse caso, é bom lembrar que o centro fica bem cheio durante a semana, enquanto o sábado costuma ser mais vazio para caminhar com calma por lá. É também aos sábados que acontece o Free Walk POA, um passeio guiado pelo centro em que você paga o valor que achar que a experiência vale.
No mapa abaixo, você encontra a localização das atrações que descrevemos no texto – e ainda tem algumas dicas de bares e restaurantes que a gente adora nas redondezas. ♥
Se preferir, você também pode conferir estas 12 atrações na cidade listadas pela Paloma do blog Diário de Turista.
Nota: post publicado originalmente em setembro de 2016 e atualizado em março de 2018. Os valores apresentados são referentes à última atualização e podem sofrer alterações a qualquer momento.
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