Com o passar dos anos, alguns vinhos se tornam mais complexos e desenvolvem novos sabores. Curiosamente, o mesmo acontece também com aqueles lugares que foram “guardados” pelo tempo para revelarem os seus mistérios apenas muitos anos depois. É o caso do Celler romà i Centre Enoturístic i Arqueològic de Vallmora, uma das vinícolas perto de Barcelona que tivemos a oportunidade de visitar no início do mês.
O passeio estava entre as atividades oferecidas pelo BcnTB6, o sexto aniversário da rede de blogueiros de viagem de Barcelona, a BcnTB, da qual fazemos parte. Durante o evento, fomos conduzidos a um passeio pela cidade de Teià, onde pudemos conhecer um local que era usado para produção de vinhos desde o século 1 antes da nossa era.
A passagem pelo Centro Enoturístico e Arqueológico de Vallmora é uma daquelas experiências de viagem que vão fazer você olhar para sua taça de vinho com outros olhos. Se muitos dos passeios vinícolas, como os de La Rioja, focam em falar sobre as novas tecnologias na produção da bebida, em Teià os olhos estão todos voltados para o passado.
Tão forte é a tradição vitivinicultora da cidade que o primeiro documento que se refere a ela, datado do ano 958, fala sobre a venda de uma vinha. Fato é que já se bebia vinho por estas bandas desde o Império Romano – que se estendeu por toda a Espanha durante seu auge.
Vinícolas perto de Barcelona: Vallmora
A antiga adega romana foi descoberta por Lluís Galera em 1966. Graças a um financiamento público, o espaço foi aberto para visitação em 2009, mas as escavações continuam até os dias de hoje.
Há atividades documentadas do funcionamento da vinícola entre os séculos 1 antes da nossa era e 5 da nossa era. Os equipamentos encontrados são a chave para entender como era a produção e comercialização de vinhos na época romana. O espaço reúne resquícios das barricas, reconstruções de duas prensas de vinho e até mesmo uma espécie de “garrafa” descartável da época – um recipiente de cerâmica com capacidade para cerca de 25 litros de bebida.
Outro ponto curioso é o carimbo de chumbo que foi encontrado no local e indica quem era o responsável pela produção vinícola. Na peça, lê-se: “Epictec, escravo de Luci Pedani Clement” – e, embora não se conheça sua origem, sabe-se que Epictec obteve a alforria posteriormente.
Como chegar à Vinícola
Dá para fazer um bate-volta de Barcelona tranquilamente. A melhor maneira de chegar à cidade de Teià, onde está localizado o Centro Enoturístico e Arqueológico Vallmora, é de ônibus. As empresas Segalés e Moventis operam essa rota e você vai levar em média meia hora até o destino. Aproveita e já anota aí o endereço: c/ Ernest Lluch, 40.
Em Barcelona, a parada é na Ronda de Sant Pere, próximo aos números 19-21. Você deve pedir para descer no Camí D’Alella na altura da Av. Joan 23. Após sair do veículo, será necessário caminhar cerca de 300 metros.
Viajando com a Moventis, escolha a linha C8. Com a Segalés, a rota é a de número 648. Ambas não funcionam aos domingos e as passagens custam € 3,10 (R$ 13,50) por trecho.
Para quem sai de Girona, a melhor maneira de chegar ao destino é de carro – você pode pesquisar os preços do aluguel neste link. A viagem dura cerca de uma hora.
Como é o passeio
O centro enoturístico faz parte das vinícolas com a Denominação de Origem Alella – uma das 70 DO vinícolas das quais a Espanha pode se gabar.
A chegada é feita pelo edifício mais novo, onde encontra-se a recepção, bem como uma pequena sala de projeção e outra para degustação. Fomos recebidos pela Paula, que guiou nosso passeio e nos levou a conhecer a história do local e de seu proprietário.
Após o momento inicial, fomos conduzidos a uma sala de projeção, onde pudemos entender mais sobre a vida de Epictec, o escravo responsável pela produção dos vinhos, e os costumes romanos na região. Só depois deste momento é que nos dirigimos ao ponto alto da visita: o parque arqueológico.
Embora estivéssemos sendo guiados, o passeio pode ser feito por conta própria. Há painéis explicativos ao longo do parque que ajudam os visitantes a entender a história do local. Mesmo assim, eu recomendaria optar pelo guia (a diferença de preço é mínima).
Ao final do passeio, pudemos desfrutar de uma taça de vinho branco DO Alella. Para ficar perfeito, só faltou um queijinho, como lembrou a Paula, do Viva Barcelona, que também participou do passeio.
Centro Enoturístico e Arqueológico Vallmora
Horários de abertura: sábados e domingos, das 10h às 14h
Preço da visita: € 3,50 (R$ 15)
Visita guiada (inclui taça de vinho): € 5,50 (R$ 24)
As visitas guiadas são em catalão e ocorrem aos sábados e domingos, às 12h.
Menores de 7 anos não pagam e jovens entre 7 e 16 anos pagam meia, assim como pessoas maiores de 65 anos e deficientes físicos. De acordo com o site do Enoturismo DO Alella, o local é acessível para cadeira de rodas. 🙂
Também é possível reservar uma visita guiada em grupo em espanhol, inglês ou francês. Grupos de até 15 pessoas pagam € 75 (R$ 330) para o tour em espanhol e € 90 (R$ 395) para inglês e francês. Se houver mais gente, deve-se calcular € 5 (R$ 22) por pessoa (espanhol) ou € 6 (R$26) por pessoa (em inglês ou francês).
Vai se hospedar em Teià?
Ficar hospedado em Teià é recomendado principalmente para aquelas pessoas que vão de carro até a vinícola. Afinal, não rola beber e dirigir, né?
As opções de hospedagem na cidade são poucas e, portanto, é recomendado reservar com antecedência. A maior parte das acomodações disponíveis são casas grandes, como o Olala Sea & City View Villa. Com capacidade para até 12 pessoas, o local conta com piscina e fica bem pertinho da zona arqueológica, sendo ideal para grandes grupos. Outra opção interessante é a Casa Miramiranda. Apesar de ser mais afastada da região central, o clima artístico da construção soma muitos pontos à estadia, que é avaliada com nota 8 no Booking.com.
Como parte do BcnTB6, eu fiquei hospedada como cortesia no Hotel Les Palmeres, na cidade de Calella. Os quartos eram simples, mas bastante amplos e o atendimento impecável. Fiquei tentada a visitar a piscina localizada no terraço, mas a correria foi tanta que não tive tempo de parar por lá. Do hotel à vinícola, são cerca de 40 minutos de distância de carro – para pesquisar sobre aluguel de veículos na região, clica aqui.
Nota: Os valores e o câmbio apresentados são referentes ao mês de junho de 2019 e podem sofrer alterações a qualquer momento.
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