Desde 1994, nove de agosto marca o Dia Internacional dos Povos Indígenas, uma data que celebra os direitos destas etnias e busca promover a preservação de seus costumes e tradições. Confesso que nunca planejei visitar aldeia indígena nenhuma, mas o fato é que essa visita aconteceu e trouxe diversos aprendizados.
A experiência foi durante a minha passagem pelo Pocando no ES, um evento em que participei no ano passado junto a outros blogueiros de viagem no Espírito Santo. Minha primeira sensação com o passeio foi um pouco de incômodo, admito. Sabe aquela ideia de que talvez você não esteja fazendo “a coisa certa”?
Com alguma pesquisa, pude entender que as visitas eram também a fonte de renda da comunidade guarani que nos recebeu e a maneira que os indígenas da aldeia encontraram de se inserir em um sistema que os havia deixado de lado por séculos.
Visitar uma aldeia indígena temática
Piraquê-Açu é uma aldeia indígena guarani temática, localizada no município de Aracruz. A cidade é a única no Espírito Santo que possui aldeias. São 9 no total: 4 da etnia guarani e 5 da etnia tupiniquim.
Quando falo sobre ser uma aldeia temática quero dizer que não é lá que os indígenas vivem realmente. O espaço funciona como uma espécie de museu a céu aberto. No local é possível conhecer tradições e costumes do povo guarani sem interferir no dia a dia de uma aldeia “de verdade”.
A comunidade guarani vive a cerca de 30 minutos dali. Segundo os próprios habitantes que nos receberam, os costumes já são mais modernos do que os vistos no espaço que visitamos, mas muitas tradições ainda são preservadas.
Na chegada, fomos recebidos pelo cacique Karaí-Peru (ou apenas Pedro, seu “nome de branco”, como nos contou). O cacique falou sobre o surgimento do espaço, construído para ser usado em um filme e que, depois, também serviu de cenário para novelas da Globo.
Após esse período, a aldeia passou a ser uma fonte de renda e de conscientização para os guaranis, através do turismo.
Turismo como ferramenta de conscientização
Rodrigo (Karaí-Mirim), filho do cacique, contou sobre como precisou deixar o Espírito Santo por algum tempo para estudar turismo no Rio de Janeiro e em São Paulo.
Apesar de ter sofrido com o preconceito na cidade grande, ele hoje é guia turístico e utiliza estes conhecimentos para mostrar a cultura guarani aos visitantes da aldeia. Piraquê-Açu funciona como uma ponte neste processo de conscientização.
Durante a visita, tivemos a oportunidade de ver uma apresentação de danças típicas guaranis e desfrutar de um almoço preparado pela comunidade. O destaque ficou por conta do “iñambi“, um prato semelhante a uma massa, cuja base é trigo, cheiro verde e frango.
No futuro, Karaí-Peru disse que pretende ver melhorias no espaço, que ainda não possui água encanada, nem banheiros. A falta de estrutura já foi uma reclamação da aldeia junto ao poder público, mas os avanços permanecem emperrados na burocracia, segundo nos contou o cacique.
Visitar aldeia indígena Piraquê-Açu
Nossa visita aconteceu durante um roteiro pelas praias do Espírito Santo. Chegamos ao local com um passeio em escuna pelo rio Piraquê-Açu – que, em guarani, significa “peixe grande”. O trajeto foi feito com a Escuna Princesinha do Mar, parceira do Pocando no ES, que nos deixou na entrada da aldeia.
Se a chegada foi pelo rio, a saída foi por terra, com um ônibus que havia sido reservado previamente para a viagem. Para agendar uma visita à aldeia, o ideal é entrar em contato diretamente com o cacique Pedro pelo telefone (27) 99606-2754 ou enviar uma mensagem através da página da aldeia no Facebook.
Quer saber mais sobre este passeio? Recomendo a leitura de outros blogs que estiveram na aldeia conosco, durante o Pocando no ES. Passa lá no Por Aí Dicas de Viagem para saber mais sobre as atividades que ocorrem na aldeia e o papel de preservação ambiental dos guaranis que vivem na região ou leia o relato publicado pelo O Baú do Viajante.
Nota¹: Esse post quase não saiu por falta de fotos. Tive um problema no carregamento da minha bateria durante a noite anterior e não consegui fotografar durante a visita. Hoje, acho que foi melhor viver a experiência com o olhar e não através de uma lente.
Nota²: Durante o Pocando no ES recebemos como cortesia a visita à aldeia indígena e o passeio na Escuna Princesinha do Mar, mas isso não interfere de nenhuma maneira as informações que divulgamos aqui. Nosso maior compromisso é com os leitores. Na imagem abaixo, você confere todos os parceiros dessa viagem, organizada pelo blog Capixaba na Estrada. ⤵️
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bere lib weiss diz
Olá querida, parabéns pelo relato. Estamos tentando contato com o cacique Pedro e o número de telefone informado, aparentemente, mudou. Há outra forma de contato com o mesmo? Agradeço a atenção e possivel auxílio. Bj. Berenice.
Mari Dutra diz
Oi, Berenice, tudo bem? Infelizmente não sei te informar sobre outras formas de contato com o Cacique Pedro… 🙁