Uma rápida olhada aqui no blog já denuncia: somos dados à boêmia, amamos uma boa cerveja e também uma taça de vinho. Foi assim que, depois de passeios pela Guinness Storehouse, pela Heineken Experience e uma visita à fábrica da Pilsner Urquell, decidimos que estava na hora de prestigiar a bebida bacônica, com um roteiro de turismo em La Rioja, a região vinícola da Espanha. 🍷
Embora a capital de La Rioja seja Logroño, optamos por deixar a cidade de fora do nosso roteiro porque queríamos explorar algumas localidades menores da região. Nossa escolha foi viajar com carro alugado, saindo de Bilbao, para ter mais liberdade de locomoção. Graças às dicas do Eduardo Rezende publicadas no Vinho Etc, queríamos muito visitar a vinícola da Marqués de Riscal (sobre a qual falamos mais abaixo) e, por isso, decidimos nos hospedar na cidade de Elciego.
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Turismo em La Rioja
As vinícolas de Elciego
A cidade de Elciego fica localizada na Rioja Alavesa, uma região vinícola dentro do País Basco na fronteira com a região de La Rioja. Ela vem conquistando um merecido espaço no mapa graças à fama da Vinícola Marqués de Riscal. Além de ter vinhos premiados, a bodega chama a atenção por outro motivo: seu hotel, construído pelo arquiteto Frank Gehry (o mesmo responsável pela obra do Guggenheim de Bilbao). Fizemos o passeio pela vinícola e pudemos conhecer mais da história da família e de suas técnicas de produção. Tudo começa com um vídeo explicativo, passa pelas áreas em que o vinho é produzido e termina em uma degustação de dois rótulos da marca. A visita pode ser reservada com antecedência pelo site da vinícola e sai por € 12 (R$ 47).
O hotel tem ainda um spa do vinho, mas estava fechado durante os dias em que estivemos na cidade – na baixíssima temporada. Nos hospedamos pertinho dali, no Agroturismo Valdelana, e a escolha não poderia ser mais certa.
A acomodação é bastante confortável, tem vista para o Marqués de Riscal e preços bem mais em conta do que os praticados por lá. Pagamos € 59 (R$ 230) por noite em um quarto para duas pessoas com café da manhã incluído, além de um tour pelo museu localizado na construção. O espaço também conta com cozinha própria e um salão social em que é possível descansar à noite enquanto toma um dos vinhos da vinícola.
Quanto à visita ao museu, ela superou muito as expectativas. Nós já visitamos uma penca de vinícolas na vida e muitas destas visitas começam a ficar repetitivas, mas na Valdelana o tour tinha aspectos únicos. Nós pudemos conhecer um pouco da história da região, ver fósseis achados na área, descobrir antigas “barricas de concreto” em que os vinhos eram guardados antigamente (e até entrar dentro de uma), bem como aprender mais sobre diversos aromas e colorações dos vinhos em salas específicas para isso. Ao final da visita, experimentamos 4 rótulos diferentes fabricados pela empresa em uma degustação rápida. Se contratado separadamente, o passeio custa € 10 (R$ 39).
Para comer: a dica é o almoço no restaurante Real Fortuna, comida boa com um preço honesto. Optamos por um menu completo com entrada, prato principal, sobremesa e vinho por € 15 (R$ 59) por pessoa. Há também menus mais elaborados que saem por € 38 (R$ 149) por casal.
Para beber: o bar Taberna 1583 tem uma ótima atmosfera e é o único que fica aberto até bastante tarde. Lá dentro entram crianças, cachorros e todo tipo de gente. Como é muito frequentado por pessoas da região, acaba sendo daqueles lugares em que invariavelmente você irá conhecer alguém no meio da noite. Um bônus é o combo de bebida + pincho por € 2 (R$ 8).
Haro
Visitamos Haro na hora da siesta e parecia que estávamos em uma cidade fantasma – embora nos grandes centros urbanos da Espanha também se faça a siesta, é no interior que a prática é levada realmente a sério. Apesar disso, é uma das localidades de La Rioja que mais possui vinícolas e pode ser um bom lugar para se hospedar caso você queira explorar mais da região – tem também supermercados, cafés, bares, etc.
∴ Veja opções de hospedagem em Haro aqui ∴
Se por um lado a cidade é mais conveniente pela facilidade de conhecer várias bodegas sem precisar estar dirigindo entre um lugar e outro, por outro perde-se um pouco aquele clima de “pueblito recém descoberto” que encontramos em Elciego. De qualquer jeito, vale a pena incluir Haro no roteiro (de preferência, fora da hora da siesta 😂). Quando estiver por lá, não perca a vista da parte de trás da Igreja de Santo Tomás, que é absurdamente linda! ♥
Sajazarra
Com um ar medieval, o pueblo de Sajazarra foi eleito um dos mais bonitos da Espanha – e é só colocar os pés lá para perceber o porquê. Toda a cidadezinha permanece como há cerca de 200 anos, com construções muito bem conservadas. Se quiser ficar hospedado no local, a dica é optar pela Posada de Sajazarra, avaliada com nota 9,7 no Booking.
Fomos até o local por indicação da Lola, do Agroturismo Valdelana, que nos deu a dica de visitar a cidade na hora do almoço e aproveitar para comer no restaurante Asador Ochavo (o único da cidade). Como estávamos com pouca fome, comemos apenas umas tapas, mas existem opções de menus mais completos a partir de € 12.
Andando de carro em La Rioja
Como comentei lá no começo do post, fomos de carro para La Rioja. Graças a isso, optamos por visitar vinícolas localizadas em Elciego e fomos até as outras cidades apenas para conhecê-las.
Assim como no Brasil, a legislação espanhola é bastante restritiva quanto ao consumo de álcool à direção, inclusive para ciclistas. O limite de consumo aceitável no país é de 0,25 mg/l de álcool no bafômetro e 0,5 g/l em exames de sangue. Segundo uma estimativa feita pelo site Enterat, isso seria o equivalente ao consumo de 1 taça de vinho para mulheres ou 2 taças para homens. Superando esse limite, as multas começam em € 500 e podem chegar a € 1.000 ou até seis meses de prisão. Eu não arriscaria.
Uma dica para evitar dirigir alcoolizado e conhecer mais da região é reservar uma noite de hospedagem em cada cidade que pretende conhecer. Dessa forma, você dirige entre uma localidade e outra pela manhã (completamente sóbrio) e pode visitar as vinícolas próximas a pé sem se preocupar com o carro. Há também alguns tours que levam os viajantes a conhecer uma ou mais vinícolas da região, com transporte incluído, e podem ser contratados na chegada.
Nota: Os valores e a conversão apresentados são referentes ao mês de janeiro de 2017 e podem sofrer alterações a qualquer momento.
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KATIA MATOS diz
Olá Mari!!!
Parabéns pelo blog, já comecei a te seguir no insta. Qual a melhor forma de chegar em La Rioja? Estou planejando para final de fevereiro/2020 conhecer umas cidades da Catalunha ( Cambrils, Cadaquez, Pals…. e agora lendo seu blog gostaria de esticar ate La Rioja. Grata antecipadamente pelo retorno.
Mari Dutra diz
Oi, Katia, tudo bem? A melhor maneira de ir até La Rioja é de carro mesmo, pois facilita para você visitar as cidades menores. Saindo da Catalunha, a viagem dura em média umas 5 horas (mas depende do seu destino, claro). 😉
Juliana diz
Olá,
Quais outras vinícolas visitou em elciego?
Mari Dutra diz
Oi, Juliana, tudo bem? Visitamos apenas a Marqués de Riscal e a Valdelana. Você encontra uma lista com todas as vinícolas visitáveis na cidade neste link. 😉